domingo, 12 de outubro de 2014

Filmes de "Terror" Americano: porquê são todos previsivelmente iguais?


Terminados de ver dois filmes americanos de terror ao invés de um bom momento televisivo fica-se com aquela sensação de "porcaria" no ar. :poop:


"Perkins 14 - Criaturas assassinas" (2009) e "Amityville - a mansão do diabo" (2005), este último tido como uma história verídica, foram os filmes visionados. É incrível como a fórmula para contar estas histórias é sempre a mesma. Sonoramente e visualmente. A narrativa é sempre igual, os efeitos especiais também, as histórias e as circunstâncias são as mesmas. Só muda o nome mas a "produção" é sempre igual.



Comecemos por Amityville, supostamente verídico. A história é sobre (pasme-se) um casal com jovens filhos que se muda para uma mansão assombrada. Até agora nada de novo certo? E continua assim. O homem fica possuído, os miúdos vêm coisas e claro, a menina mais nova tem uma nova amiguinha, que só ela vê e com quem ela conversa. Uma menina fantasma, pois foi morta naquela casa anos antes. Só ela a consegue ver e dialogar, mais ninguém. Até agora têm acompanhado a história? Claro que sim, é idêntica a centenas de outras, ainda que "verídica". 

Mas o que realmente chateia nestas produções à americana é que tudo sempre acontece de noite. Às escuras, como se o espectador não tivesse direito a enxergar nada. Em Amityville todas as cenas passadas no interior da casa, mesmo de noite, são despojadas de luz artificial. Parece que as assombrações gostam muito de electricidade, caramba! Não há filme em que uma lâmpada resista. O mesmo acontece (e à descarada) no filme "P. Criaturas assassinas". Além de ser uma grande bosta (embora o final seja diferente porém previsível desde o início) todo ele é pouco credível. A história gira em torno de um policial atormentado com o sumiço de 10 crianças há 10 anos, sendo uma delas o seu filho. Nisto, numa noite (porque de dia nunca é) inadvertidamente ele liberta para a cidade 10 "criaturas" humanas que durante 10 anos haviam sido transformadas em monstros. Agora que isso lhes tenha conferido poderes sobrenaturais é que não se consegue engolir. O simples corpo humano resiste a uma chuva de balas, a atropelamentos, a pancadas, etc. Nada verosímil. E são criaturas vorazes, sabe-se lá porque razão, só sabem matar pessoas e preferencialmente à dentada ou facada (lá arranjam sempre armas de fogo ou armas brancas). Nisto vê-se muito e muito «sangue», muito vermelho e as cenas escuras só passam a ter claridade quando o realizador quer mostrar esse sangue pelas paredes, pelo chão, pelo tecto e, acima de tudo, por toda uma pessoa, vítima ou sobrevivente. São criaturas tão mortais que as vítimas caem mortas como se não soubessem se defender e atacar. Uma cidade inteira fica em pânico e serve de festim para estas bestas. Entre tantas armas ninguém as sabe usar quando é preciso. Mas que existem tiros, isso existem. Nunca são é eficientes porque qualquer uma das criaturas consegue, até as matar de vez, tirar das vítimas vários gritos simultâneos, em plenos pulmões, quase todos eles femininos e apenas uns poucos masculinos, que sempre surgem do rapaz que estava desprevenido ou daquele que se mostrou cobardolas ou fez demasiados avanços sexuais a uma rapariga. Neste tipo de filmes os rapazes que vão servir de "menu" aos assassinos t~em de demonstrar anteriormente actos moralmente repreensíveis ou simplesmente revelarem-se uma "besta covarde" ou sem moral, para que assim a "plateia" possa não ter compaixão pela morte deste e ainda dizer: "Bem feito!". Em "P. Criaturas Assassinas" se a filha do protagonista gritasse mais uma vez "pai, entra no carro", acho que desatava a chamar nomes à televisão ou mudava logo de canal, sem aguentar mais tanto exagero e estupidez. Foi mais de uma dúzia de vezes seguidas! E claro, o homem não obedece e não escuta e a idiota da filha também precisa de sair da viatura para lhe dizer isto... enfim, sempre a mesma situação. 

Mas mais irritante é a suposta "autenticidade" do drama sobrenatural de "Amytville". Tudo bem, até «acredito» no caso por já ter assistido a muitos relatos contados pelos próprios protagonistas e não por actores, mas a narrativa deste filme não é nada surpreendente, é igual a todas as outras. 

O que mais irrita é a inverosimilhança temporal do final do filme. A esposa salta bem cedo da cama e entra na biblioteca para pesquisar informações nos jornais ainda esta não está no horário de abertura. Mas rompe por ali adentro e encontra logo o que quer, mesmo não sabendo a data da tragédia. Mas vamos supor que alguém na biblioteca lha indicou. Afinal, a casa onde mora tinha sido palco de um assassinato em massa, o ano, mês e dia desse evento deve ser fácil de descobrir. O problema é que, tirando um desvio em que vai trocar meia dúzia de palavras com um padre local, sem ter tomado pequeno almoço ou almoço sequer, ela demora a manhã e a tarde inteira até finalmente chegar a casa. Mesmo estando com pressa em solucionar as coisas e tirar a família dali são, na melhores das hipóteses ONZE horas que ela precisa que o relógio conte desde o instante em que entra na biblioteca até o momento de regressar à casa assombrada. 

Quando finalmente chega a casa, o marido já está no seu surto possuído, querendo matar tudo e todos e infelizmente neste preciso instante é de... adivinharam, é de noite! Nem sequer existe luz artificial pois, adivinharam também, todas as lâmpadas, em todas as divisões da casa, começam a oscilar e a falhar. Impressionante como aquela família teve de correr e fugir das investidas agressivas e dos tiros, sempre no escuro, e de estômago vazio! Quando o agressor fica inconsciente, é posto num barco e todos se afastam depressa da casa. E sabem o que mais? Já conseguem adivinhar o que se segue? Pois não é difícil... já é praticamente de dia. No exato momento em que o barco está longe, nota-se o amanhecer, como um passo de mágica. Ora bolas! Foi necessário uma noite inteira para escapar daquela mansão, umas ONZE horas!! Que terrível deve ter sido, correr e fugir durante 11h consecutivas de alguém que nos persegue com intuito de matar. Nem uma mansão como aquela deve ter tanto cómodo para tanta correria e destruição.





quarta-feira, 16 de abril de 2014

Green Lantern - Lanterna Verde, o filme da DC Comics

Meia noite e meia não é a melhor hora para estrear um filme como o "Lanterna Verde" (2011), mas foi a escolha da RTP para a madrugada de quarta-feira dia 16 de Abril.

Filmes com temáticas de heróis americanos do imaginário de Banda Desenhada da DC Comics não são, nem de longe, os meus favoritos. Ainda mais para um horário nocturno a meio da semana. Mas dei uma hipótese a este Lanterna Verde que se inicia com uma história sobre uma raça de alienígenas.


Não me arrependi. Em poucos minutos entendi que o filme estava bem construído. O texto não desmerece, os efeitos especiais não são em excesso nem dominam desnecessariamente cada cena. Existe história, esta é bem contada e encaminhada. Gostei de imediato da relação de "Hall", o humano escolhido para receber a energia do falecido lanterna verde, com o seu amigo e companheiro de profissão Tom. Os dois interagem com cumplicidade e apresentam diálogos e situações verosímeis. Tem momentos simples de soltar gargalhadas, como quando os dois se divertem com os poderes que o anel faculta ou mesmo antes, quando o amigo vai buscar Hall do lugar do despenhamento da nave alienígena e responde que se Hall foi o escolhido, então no planeta do ET «responsável» deve significar parvo

Logo no início do filme Hall é-nos apresentado como um piloto de aviões de testes, com boa reputação proveniente do pai também ele piloto que faleceu num trágico acidente. Hall tem de participar num exercício de teste e além de chegar atrasado, brinca com o simulacro, causando grandes problemas e revelando irresponsabilidade e infantilidade. E é este o humano escolhido para guardião da paz nas galáxias?

Também foi refrescante a forma como as relações de arqui-inimigos e amigos foi apresentada. A relação de amor entre o herói e a mocinha Carol também está bem conseguida. Não se vê a dona do coração do herói em constante perigo de vida, a esguelar-se de tanto gritar de medo e por socorro. As situações em que um salvamento é necessário existem, claro, mas não parecem forçadas nem descontextualizadas. A mocinha faz mais na história do que estar sempre em perigo. Logo de início quando o herói ainda não sofreu a transformação, é ela que puxa por ele, chamando-lhe a atenção para o facto de ter de ser pontual para os seus compromissos e não poder ter tantos comportamentos egoístas e irresponsáveis. É ela que puxa por ele quando o sabe impugnado da responsabilidade de um laterna verde. Aliás, a cena em que ele lhe aperece no fato de herói e ela o reconhece assim que se aproxima dele, é fantástica. Finalmente alguém quebra com o ridículo que é um herói só por não ter óculos ou não usar uma mascarinha ficar irreconhecível... ela até deixa bem claro: «eu te conheço de todas as formas, eu já te vi nu. Achas que é uma máscara colada aos olhos que faz diferença?". Adorei. 

Numa cena de confronto entre forças antagonistas, a namorada chega a salvar o herói das profundezas das goelas do inimigo. Portanto temos uma mocinha que não é nem uma heroína da pancadaria que vai à loja mais próxima de spandex comprar um fato justo para se juntar ao seu amado na luta, nem uma heroína que só fica a gritar, a desfalecer e a submeter-se a situações de perigo de vida. Temos um intermédio, algo mais realista e mais refrescante.

Adorei o filme. Percebi a história do lanterna Verde, que desconhecia de todo. O filme consegue resumir o que deve ser uma história bem longa para quem a conhece da DC Comics


English version:
Half past midnight is not the best choice to startup a movie like "Green Lantern(2011), but that was RTP's  choice for the early night of wednesday, 16 of April. 

Movies with DC Comics characters are far away from my movie preferences but that was not a reason for me to change channel and not give this movie a chance. I do not regret it. 

The story starts with a alien life force being exterminated and in danger. And it is captivating. The story line does not turn off one's interest. In just a few first minutes I could see it was going to be a good, interesting movie. The dialog is well achieve, there's a clear and neat story and first of everything there ain't those Special Effects exasperation, that dominate scene after scene and are so boring to watch. There's a story here. And they let it shine. 

I immediately enjoyed the friendship between Hall and his «pall» Tom. The two actors made it very credible. I also laugh a few times with the gags that were said between them. Like the one Tom says about the alien choosing Hall to be the guardian must mean that in it's planet «responsible» must mean idiot. Also when the two of them start to see how the suit works it is funny. They behave like two school kids with a new neat toy. 

There's also the romantic relationship. That I found out of standard and enjoy it. "Carol", the girl Hall fancies, it's the first character to push him to act according to his responsibilities. Hall is a test pilot that jeopardizes a test because he just can´t stop himself of goofing on serious matter. She's also the first to motivate him to fight and embrace his new responsibilities has a green lantern fighter. She is not a romantic heroin that goes running into a spandex shop to jump into a spandex suit and embrace a hero place along her boyfriend. Also she's not the indefensive girl that is always screaming and in need of being rescue. In a very important scene she actually helps saving the hero's life from the mouth of the evil villain. And we were saved from stupidity when she recognizes the green lantern has being Hall in a green eye mask. Thank you for this! I enjoy all of this a lot. 

I enjoyed this movie. I understood the green lantern origins, that I did not knew at all. I believe it and had fun with it all.